domingo, 29 de agosto de 2010

Resenha Critica: O SHOW DE TRUMAN

Diversos temas passeiam pela cabeça de quem assiste  O Show de Trumam, e, na verdade persistem mesmo depois de terminar o filme.
          Talvez o mais importante deles seja o fenômeno da mídia, explorando a vida das pessoas, ligado à questão da privacidade, por meio de um reality show, ou seja na manipulação dos sentimentos das pessoas dentro e fora da tela, seguido de diversos temas secundários que elevam o filme para mais do que um drama comum. Truman Burbank,(Jim Carey) deu um tom inesperado e desesperado à trama, onde aos poucos vai descobrindo sua vida existir em um mundo irreal, e pior do que isso, toda a manipulação cruel e egoísta que há por trás dele. A família irreal junto os amigos irreais, o trabalho, enfim, de repente se transformam nos piores vilões de uma vida que foi sempre manipulada e controlada para nunca se ter problemas, e nos sentimos incomodados por que esse é só um fio da meada.
           A manipulação que acontece por meio de uma rede de TV, num programa acompanhado 24 horas no ar, por 30 anos seguidos, chega ao ponto de “matar” personagens (o “pai” de Truman, por exemplo) para provocar sentimentos e reações em Truman, que o prendam ao espaço em que vive e o mantenha seguro ali. E é a partir desse momento que muitos de nós vamos além do que o público que assiste, e que não é nada inocente. Começamos a nos questionar sobre as emoções dos atores que contracenam com Truman, no meu caso, principalmente em Marlon (Noah Emmerich), que cresceu como ator no show, e em quem Truman mais confiava.
            Mas ainda mais peculiar é a obsessão de Christofer (Ed Haris), em que enxergo mais do que apenas interesse financeiro. Há um sentimento de posse, de poder, de necessidade de estar no controle, mesmo quando a própria direção da emissora ordena que se pare tudo.
           
O toque de Truman (Jim Carrey)
O toque de Chistopher ( Ed Harris)
           Na vida real, quem não quer estar no controle, pelo menos de sua própria vida? Por mais que achemos que vivemos num mundo diferente do de “Truman”, há sempre uma manipulação midiática, um controle entrelinhas, do qual não nos damos conta. Talvez esse filme deva ser visto inúmeras vezes. Talvez devêssemos nos lembrar dele quando assistimos aos ‘reality shows’ produzidos na nossa vida real, visto que Truman é um drama fictício.  Enfim, o que é real?

domingo, 22 de agosto de 2010

Ver ou Não Ver - A Decisão

Decidir sobre a Televisão é algo bastante complicado.
O que pode, o que não pode? O que deve, o que não deve? O que é preciso, o que é extremamente necessário?
Talvez a decisão mais difícil seja deixar seu filho em frente à TV enquanto você trabalha ou simplesmente enquanto prepara o almoço.
Fazer as decisões quando você já é maduro parece ser fácil, mas não é. Infelizmente a TV não é apenas babá das crianças – é dos adultos também. Mesmo para os entre  nós que se acham competentes para a utilização dela, há armadilhas, preparadas cuidadosamente de acordo com cada desejo, curiosidade, vontade. O mais grave é trocar a companhia da família pela da televisão, o mais lamentável. Mesmo quando se assiste “junto” não se está junto. Há um grito por silencio a cada nova idéia, afinal não se pode perder essas coisas tão importantes. E as crianças ficam fadadas a assistiram com os pais, quando queriam era ser assistidos.
Mas pode ser pior – e é.
Hoje, as crianças tem televisões nos seus quartos, e elas decidem sozinhas que botão apertar e em qual canal parar. E o pai ou a mãe estão ocupados demais, cada um com sua TV, com a novela e o jogo.
Mas afinal, que mal que tem? Deixar que isso seja entendido de forma desequilibrada como autonomia. Só se for a autonomia do macaco. E olha lá, que ofendemos o macaco.
Minha maior preocupação é com o que acontece com nossas cabeças no final do dia, quando já não temos forças mentais para nada, e nos pomos a ver, ver, ver, ver, e não pensar nada.
Questões como a necessidade social, a importância da TV na globalização nos fazem repensar a crítica: pensando bem, que mal que tem?
Será que estamos prontos para a TV?
Ela está pronta para nós, saída do forno.
Fonte: Imagens de internet