Diversos temas passeiam pela cabeça de quem assiste O Show de Trumam, e, na verdade persistem mesmo depois de terminar o filme.
Talvez o mais importante deles seja o fenômeno da mídia, explorando a vida das pessoas, ligado à questão da privacidade, por meio de um reality show, ou seja na manipulação dos sentimentos das pessoas dentro e fora da tela, seguido de diversos temas secundários que elevam o filme para mais do que um drama comum. Truman Burbank,(Jim Carey) deu um tom inesperado e desesperado à trama, onde aos poucos vai descobrindo sua vida existir em um mundo irreal, e pior do que isso, toda a manipulação cruel e egoísta que há por trás dele. A família irreal junto os amigos irreais, o trabalho, enfim, de repente se transformam nos piores vilões de uma vida que foi sempre manipulada e controlada para nunca se ter problemas, e nos sentimos incomodados por que esse é só um fio da meada.
A manipulação que acontece por meio de uma rede de TV, num programa acompanhado 24 horas no ar, por 30 anos seguidos, chega ao ponto de “matar” personagens (o “pai” de Truman, por exemplo) para provocar sentimentos e reações em Truman, que o prendam ao espaço em que vive e o mantenha seguro ali. E é a partir desse momento que muitos de nós vamos além do que o público que assiste, e que não é nada inocente. Começamos a nos questionar sobre as emoções dos atores que contracenam com Truman, no meu caso, principalmente em Marlon (Noah Emmerich), que cresceu como ator no show, e em quem Truman mais confiava.
Mas ainda mais peculiar é a obsessão de Christofer (Ed Haris), em que enxergo mais do que apenas interesse financeiro. Há um sentimento de posse, de poder, de necessidade de estar no controle, mesmo quando a própria direção da emissora ordena que se pare tudo.
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O toque de Truman (Jim Carrey) |
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O toque de Chistopher ( Ed Harris) |